Incubadora da UFG cria capacete com detector de eletricidade

Em 23/03/16 09:00.

Dispositivo de segurança tem funcionalidade garantida como instrumento de segurança permanente para trabalhadores dosetor elétrico

Texto: Silvânia Lima 

O alto índice de acidentes graves no setor elétrico brasileiro motivou projeto para desenvolvimento de um capacete com sensor para detecção de tensão elétrica, que sinaliza com um alarme a presença de redes de baixa, média e alta tensão, em atividade. O equipamento de segurança resulta de projeto estabelecido há mais de um ano no Centro de Empreendimentos e Incubação (Proine) da Universidade Federal de Goiás (UFG) e recebeu o nome de “Capacete Detector de Tensão por Campo ou Aproximação”.

O objetivo é contribuir com a segurança permanente dos trabalhadores da área, expostos a graves acidentes que podem resultar em queimaduras, amputações e óbitos. Assim, sairiam da zona de risco para uma zona controlada ou zona livre de riscos, explica o engenheiro eletricista e de segurança do trabalho, idealizador da invenção, Anderson Cereza, que desenvolveu o equipamento de segurança juntamente com o estudante de Engenharia Elétrica da UFG, Pedro Schaitl Souza.

De acordo com Souza, que projetou, executou e programou o dispositivo, “os detectores tradicionais tem de 20 a 25 componentes eletrônicos e que esse tem nove, além da vantagem de ser micro processado, ou seja, oferece toda a lógica operacional para garantir a segurança do trabalhador da área”. De tamanho aproximado a um sabonete retangular, o custo do dispositivo é em torno de R$20,00.

Em 2015, testes de campo foram feitos, com sucesso, junto a equipes da Celg, em Goiânia, em rede de média tensão. Comprovada a sua funcionalidade, o dispositivo passa agora por testes exigidos pela legislação e por aperfeiçoamento, a fim de reduzir ainda mais o seu tamanho, para torná-lo comercializável. A equipe aguarda a chegada de um aparelho programador de micros controladores de tamanho reduzido, que possibilitará a criação de um chip.

Cinco milhões de usuários

O próximo passo é a realização de novos testes em diferentes regiões do país. De acordo com os criadores do Capacete Detector de Tensão, há um mercado estimado de cinco milhões de pessoas para o produto, entre trabalhadores das companhias de transmissão, fábrica, indústria e autônomos. Ao estudar as causas dos acidentes, Cereza verificou que os maiores erros residem na manobra, na comunicação e na autoconfiança excessiva, no entanto, explica que, independentemente dessas falhas, como eletricidade não se vê, ela só pode ser detectada com segurança por meio de aparelhos.

 

Incubadora da UFG cria capacete com detector de eletricidade para trabalhadores 03

Pedro Schaitl Souza é aluno do curso de Engenharia Elétrica e Anderson Cereza, engenheiro eletricista